A circulação extracorpórea é um agente
capaz de produzir alterações nas funções
do sistema renal e no equilíbrio dos líquidos
e dos eletrolitos do organismo. Os rins
são fundamentais na regulação do meio
interno, em que estão imersas as células de
todos os órgãos.
Os rins desempenham duas funções
primordiais no organismo: 1. eliminação de
produtos terminais do metabolismo orgânico,
como uréia, creatinina e ácido úrico,
dentre outros e, 2. controle das concentrações
da água e da maioria dos constituintes
dos líquidos do organismo, tais como sódio,
potássio, cloro, bicarbonato e fosfatos.
Os principais mecanismos através os
quais os rins exercem as suas funções são a
filtração glomerular, a reabsorção tubular e a
secreção tubular de diversas substâncias.
O sistema urinário, encarregado da
produção, coleta e eliminação da urina
está localizado no espaço retroperitonial,
de cada lado da coluna vertebral dorsolombar.
É constituido pelos rins direito e
esquerdo, a pelve renal, que recebe os coletores
de urina do parênquima renal, os
uretéres, a bexiga e a uretra.
Os rins são envolvidos por uma cápsula
fibrosa que ao nível do hilo renal se deixa
atravessar pela artéria renal, a veia rerenal
e a pelve coletora que se continua com
o ureter. O parênquima renal apresenta
duas regiões bastante distintas: a região periférica,
cortical ou córtex renal e a região
central, medular ou medula renal.
À semelhança do alvéolo pulmonar na
fisiologia respiratória, o rim é constituidode unidades funcionais completas, chamadas
néfron. O néfron representa a menor
unidade do rim; cada néfron é capaz de filtrar
e formar a urina independentemente
dos demais. A função renal pode, portanto,
ser compreendida estudando-se a função
de um único néfron. Existem aproximadamente
1.200.000 néfrons em cada
rim, que funcinam alternadamente, conforme
as necessidades do organismo a cada
momento. O néfron é constituido basicamente
por um glomérulo e um longo túbulo
que desemboca nos tubos coletores de urina.
O glomérulo é uma rede ou um novelo
de capilares recobertos por células
epiteliais. Um glomérulo pode ter até 50
capilares. O sangue penetra no glomérulo
pela arteríola aferente e sái através da
arteríola eferente.A camada cortical do rim, a mais externa,
é constituida principalmente por
néfrons corticais, que tem os tubulos coletores
menores que os néfrons localizados
mais próximos da região medular, chamados
néfron justa-medulares.
A camada medular é constituida principalmente
pelos longos tubulos coletores
de urina, que se juntam em tubulos maiores
até se constituirem na pelve renal.O glomérulo tem a função de filtrar o
sangue enquanto o sistema de túbulos coletores
absorve parte do líquido filtrado nos
glomérulos. Os túbulos também podem
secretar diversas substâncias, conforme as
necessidades do organismo.Envolvendo cada glomérulo existe uma
cápsula, chamada cápsula de Bowman quese continua com o túbulo proximal. A pressão
do sangue nos glomérulos produz a filtração
de líquido para o interior da cápsula
de Bowman, de onde escoa para o túbulo
proximal. Do túbulo proximal o líquido
penetra na alça de Henle, que tem uma
porção com parede muito fina, chamada
segmento fino da alça de Henle. Da alça
de Henle, o líquido penetra no túbulo distal
que se insere num canal coletor, juntamente
com os túbulos distais de diversos outros
glomérulos. O canal coletor acumula
a urina proveniente de vários néfrons e se
lança na pelve renal. O líquido filtrado no
glomérulo, chamado filtrado glomerular, é
transformado em urina à medida que passa
pelos túbulos proximal e distal.
As artérias renais são ramos da aorta
abdominal. Ao penetrar no hilo do rim, a
artéria renal dá origem a diversos ramos,
chamados ramos interlobares que mergulham
na profundidade do parênquima renal.
Desses ramos interlobares, emergem
as artérias arqueadas das quais se originam
as arteríolas aferentes. Cada arteríola
aferente produz um tofo ou novelo de capilares
que constituem o glomérulo; no
extremo oposto os capilares se reunem novamente,
formando a via de saída do
glomérulo, a arteríola eferente.A arteríola eferente se ramifica em diversos
outros capilares, formando a rede
capilar peritubular, que se emaranha com
os túbulos proximais e distais do sistema
coletor. Outros vasos emergem da arteríola
eferente e se dirigem às regiões que circundam
as alças tubulares, e são conhecidos
como vasos retos, que após formarem as alças
na medula renal, se lançam nas veias.
FONTE: http://perfline.com/livro/download/Fdm_CEC_cap_05.pdf
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
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