quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Reabsorção Tubular


O filtrado glomerular que alcança os
túbulos do néfron flui através do túbulo
proximal, alça de Henle, túbulo distal e
canal coletor, até atingir a pelve renal. Ao
longo desse trajeto mais de 99% da água
filtrada no glomérulo é reabsorvida, e o líquido
que penetra na pelve renal constitui
a urina propriamente dita. O túbulo
proximal é responsável pela reabsorção de
cerca de 65% da quantidade de água filtrada
nos capilares glomerulares, sendo o
restante reabsorvido na alça de Henle e no
túbulo distal. A glicose e os aminoácidos
são quase inteiramente reabsorvidos com
a água enquanto outras substâncias, por
não serem reabsorvidos no túbulos, tem a
sua concentração no líquido tubular aumentada
em cerca de 99 vêzes.
A reabsorção da glicose exemplifica
bem os mecanismos de reabsorção de determinadas substâncias dentro dos túbulos
renais. Normalmente não existe glicose na
urina ou no máximo, existem apenas ligeiros
traços daquela substância, enquanto
no plasma a sua concentração oscila entre
80 e 120 mg%. Toda a glicose filtrada é rapidamente
reabsorvida nos túbulos. À medida
que a concentração plasmática de
glicose se aproxima dos 200 mg%, o mecanismo
reabsortivo é acelerado até atingir o
ponto máximo, em que a reabsorção se torna
constante, não podendo ser mais aumentada.
Esse ponto é chamado limiar
de reabsorção da glicose. Acima do valor
plasmático de 340 mg%, a glicose deixa
de ser completamente absorvida no
sistema tubular e passa para a urina, podendo
ser facilmente detectada pelos
testes de glicosúria.
Os produtos terminais do metabolismo,
como a uréia, creatinina e uratos tem
outro tratamento nos túbulos renais. Apenas
quantidades moderadas de uréia, aproximadamente
50% do total filtrado, são
reabsorvidos nos túbulos enquanto a
creatinina não é reabsorvida. Os uratos são
reabsorvidos em cerca de 85%, da mesma
forma que diversos sulfatos, fosfatos e nitratos.
Como todos são reabsorvidos em
muito menor proporção que a água, a sua
concentração aumenta significativamente
na urina formada.
A reabsorção nos túbulos renais obedece
à diferença de concentração das substâncias
entre o espaço intersticial peritubular
e os vasos retos peritubulares. A
reabsorção de água é dependente da
reabsorção de íon sódio, que é o soluto mais
reabsorvido nos túbulos renais.Existem ainda dois mecanismos de intercâmbio
muito importantes. O primeiro
se refere à troca de íon sódio (Na+) pelo
íon hidrogênio (H+), nos túbulos, como
parte dos mecanismos de regulação renal
do equilíbrio ácido-básico. Quando há necessidade
de eliminar íon hidrogênio, os
túbulos secretam ativamente o hidrogênio
para a luz, dentro do filtrado e, em troca,
para manter o equilíbrio iônico absorvem
o íon sódio. O outro mecanismo de intercâmbio
corresponde à reabsorção de íons
cloreto (Cl-) quando há necessidade de se
eliminar ácidos orgânicos pelo mecanismo
de secreção tubular.
Os mecanismos de transporte na
reabsorção tubular podem ser ativos ou
passivos, dependendo da necessidade de
utilizar energia celular para a sua realização.
O sódio, a glicose, os fosfatos e os
aminoácidos estão entre as substâncias cujo
transporte é feito com utilização de energia
celular, transporte ativo, enquanto o
transporte da água, uréia e cloretos não
necessita consumir a energia das células
(transporte passivo).

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