quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fisiologia do Néfron


A função essencial do néfron consiste
em depurar o plasma sanguíneo das substâncias
que devem ser eliminadas do organismo.
O néfron filtra uma grande proporção
do plasma sanguíneo através da membrana
glomerular. Cerca de 1/5 do volume
que atravessa o glomérulo é filtrado para a
cápsula de Bowman que coleta o filtrado
glomerular. Em seguida, à medida que o filtrado
glomerular atravessa os túbulos, as
substâncias necessárias, como a água e
grande parte dos eletrólitos são reabsorvidas,
enquanto as demais substâncias, como
uréia, creatinina e outras, não são reabsorvidas.
A água e as substâncias reabsorvidas
nos túbulos voltam aos capilares peritubulares
para a circulação venosa de retorno,
sendo lançadas nas veias arqueadas,
e finalmente, na veia renal. Uma parte dos
produtos eliminados pela urina é constituída
de substâncias que são secretadas pelas
paredes dos túbulos e lançadas no líquido
tubular. A urina formada nos túbulos
é constituida por substâncias filtradas do
plasma e pequenas quantidades de substâncias
secretadas pelas paredes tubulares.
O fluxo sanguíneo através dos rins
corresponde, em média, à aproximadamente
20% do débito cardíaco, podendo
variar, mesmo em condições normais.
Em um adulto de 60 Kg de peso, o débito
cardíaco corresponde a 4.800 ml/min; a
fração renal do débito cardíaco será de
960 ml. O fluxo sanguíneo renal é muito
maior que o necessário para o simples
suprimento de oxigênio. Cerca de 90%
do fluxo sanguíneo renal são distribuídos
pela camada cortical, onde abundam osglomérulos e, apenas 10% se distribuem
pela região medular.
Os rins possuem um eficiente mecanismo
de autoregulação que permite regular
o fluxo de sangue e, através dele, regular a
filtração glomerular. Este mecanismo é capaz
de manter um fluxo renal relativamente
constante com pressões arteriais que
variam entre 80 e 180 mmHg. Sob determinadas
condições, como por exemplo na
depleção líquida ou no baixo débito cardíaco,
quando o fluxo renal não pode ser
mantido, o mecanismo autoregulador preserva
a filtração glomerular, produzindo
vasoconstrição da arteríola eferente, que
mantém o gradiente transglomerular de
pressão. A resistência vascular renal se
ajusta automaticamente às variações na
pressão de perfusão renal. As arteríolas
aferente e eferente são influenciadas por
muitos dos estímulos nervosos e hormonais
vasculares, embora sua resposta dependa
das necessidades renais e seja moderada
pelos mecanismos autoregulatórios.
A membrana glomerular possui três
camadas principais: uma camada endotelial,
do próprio capilar, uma camada ou
membrana basal e uma camada de células
epiteliais na face correspondente à cápsula
de Bowman. Apesar da presença das três
camadas, a permeabilidade da membrana
glomerular é cerca de 100 a 1.000 vêzes
maior do que a permeabilidade do capilar
comum. A fração de filtração glomerular é
de aproximadamente 125 ml/minuto. Em
24 horas são filtrados aproximadamente
180 litros de líquido por todos os glomérulos
(filtrado glomerular), para formar de 1 a
1,5 litros de urina, o que demonstra a enorme
capacidade de reabsorção dos túbulos
renais. O líquido reabsorvido nos túbulos
passa para os espaços intersticiais renais e
daí para os capilares peritubulares. Para
atender à essa enorme necessidade de
reabsorção, os capilares peritubulares são
extremamente porosos.
A grande permeabilidade da membrana
glomerular é dependente da estrutura
daquela membrana e das numerosas fendas
e poros existentes, cujo diâmetro permite
a livre passagem das pequenas moléculas
e impede a filtração das moléculas
maiores, como as proteinas.
O filtrado glomerular possui aproximadamente
a mesma composição do plasma,
exceto em relação às proteinas. Existem no
filtrado glomerular, diminutas quantidades
de proteinas, principalmente as de baixo
peso molecular, como a albumina.


FONTE: http://perfline.com/livro/download/Fdm_CEC_cap_05.pdf

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